Los Angeles

MENSAGENS

Reconhecido como um dos maiores escultores do século XX, Amilcar foi também importante artista gráfico.
Famoso por seus desenhos, gravuras e diagramações, participou da celebrada renovação gráfica do Jornal do Brasil. Diagramou jornais por todo o país e também ilustrou vários livros e revistas. Foi professor, lecionando nas escolas de Belas Artes da UFMG, Escola Guignard e FAOP (Fundação de Arte de Ouro Preto). Autor de textos sobre arte e poesias.
Os poemas, agora reunidos, serão publicados pelo Instituto Amilcar de Castro, ainda este ano, em um livro comemorativo.
O Instituto Amilcar de Castro acredita ser de extrema importância para a cultura do país o trabalho desenvolvido para conservação e preservação de suas obras.
Hoje,08 de junho de 2020, comemoramos o Centenário de Amilcar de Castro, genial artista, que sempre nos encantará com a grandeza de sua obra.
Viva Amilcar !
Instituto Amilcar de Castro


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"Amilcar de Castro-Pai
Acredito que como todos os pais foi um pai imperfeito, mas para mim, perfeito na sua imperfeição.
Aprendi muito com Amilcar, com certeza a correção, a força do trabalho, a generosidade, o gosto pela arte, pela leitura e pela música foram exemplos que marcaram minha formação e a pessoa que sou."
Ana de Castro


"Quanto mais o tempo passa maior a grandeza que se desvela de sua obra.
Obrigado por tudo que foi e ainda é pra mim.
Um abraço enorme.
Saudades"
Rodrigo de Castro


"Aprendi com o meu pai e artista que o melhor caminho é o da simplicidade.
E com certeza este caminho é o mais difícil. E o que vale realmente a pena.
Saudade!!"
Pedro de Castro


"No bronze e no aço, no jornal e na tela, na dobra e no corte, Amilcar definiu o espaço, a harmonia, a composição perfeita."
Tienko


"Relações Harmônicas, Sequência de Fibonacci, Segmento Áureo, tudo isso Amilcar traduziu em Arte.
Do mais alto nível."
Solange Caldeira


"Tio Amílcar falava coisas geniais, assim como suas esculturas, simples, belas e geniais. Mas dentre tantas falas interessantes dele a que mais me marcou foi essa frase:" Procurando a origem vc fica original e não querendo fazer uma coisa diferente."
Isto eu levo para vida!"
Adriana de Castro


"Já se passaram quase 20 anos sem a presença física do tio Amilcar entre nós! Mas é impressionante o tanto que ainda é, e sempre será, lembrado por todos que tiveram o privilégio da sua convivência! Deixou muitas obras para serem admiradas, muitos casos para serem contados, muitas falas para serem repetidas e três filhos incríveis!! Tenho uma admiração gigante por ele, não só pelo artista brilhante que foi, mas pela autenticidade, honestidade e simplicidade que sempre o caracterizaram! Acho que o adjetivo que mais o qualifica é “ímpar”!!
Saudades...da sobrinha Eleonora."
Eleonora de Castro


"Amilcar de Castro pra mim foi um escultor genial e um tio sensacional. Tenho ótimas lembranças dele que ficarão marcadas pra sempre!"
Alexandre de Castro


"Sobre o tio Amílcar a palavra que primeiro me vem à cabeça é :INTENSIDADE! Ele exalava intensidade, tanto em seus trabalhos quanto na vida. Na forma de se relacionar , numa simples conversa . Para mim, ele sempre foi pura vibração, que expressava em seu traço quase sempre como se fosse uma pincelada de cor deixada por acabar sobre o branco em contraponto a sua escultura de formas e dobraduras de precisão quase cirúrgicas!
Amílcar de Castro, o meu tio Amílcar,é VIDA!"
Thais Campello


"Um grande homem, um exemplo de vida e de ser humano. Conhecer e conviver com essa pessoa tão especial foi um grande presente que Deus me proporcionou. Hoje, ele completaria 100 anos e, apesar de não estar conosco, continua vivo nas nossas lembranças e principalmente em nossos corações.
Obrigado por tudo!
O senhor foi mais que um grande amigo, foi um pai... Parabéns, hoje e sempre!!!"
Vitalino Saraiva e família


"Amílcar de Castro. Amílcar de Traços.
Faço uso do grafismo e da licença poética para estabelecer que aquele que ousar escrever sobre Amílcar há que cuidar para não frequentar o lugar comum ou o pantanoso terreno das obviedades. Não é lá que se encontram o homem ou o artista.“Pra frente e pro alto!” A partir desse bordão se vislumbra um pouco de quem era o homem e de quem foi o artista. Um homem decidido, grandiloquente, sensível, inteligente, tenaz... deu forma e conteúdo ao artista obstinado, inconformado, revolucionário, ilimitado, genial. Sua obra é fruto da simbiose, siamesa e univitelina, dessas duas figuras indivisíveis e inseparáveis. Insuperáveis. A obra de Amílcar brinca com o tempo enquanto contemporânea e atemporal. E brinca com o espaço na medida em que o captura sem o aprisionar. A rígida volumetria de suas esculturas nos coloca diante de indescritível leveza e a singularidade das retas nos apresenta uma inacreditável sinuosidade. Amílcar enxergou à frente do seu tempo e à frente do tempo de todos nós. Talvez por isso sua obra, ao mesmo tempo que nos encarcera o olhar, nos liberta a imaginação. A arte de Amílcar remove as trancas da realidade para que possamos nos abstrair da rigidez preconceituosa da estética. A obra de Amilcar nos liberta da própria arte."
Juarez Panisset


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"O que eu apreciava no Amilcar - além da obra, é claro - era a maneira lacônica de dar opiniões contundentes.
Abraços."
Manfredo de Souzanetto


"Amílcar de Castro cumpriu uma trajetória perfeita, portanto irretocável, naquilo que se pretende de um artista.
Ele é um homem da Renascença, no sentido de que — além de representar a vanguarda no seu tempo — reuniu múltiplos atributos no universo da criação. Qualquer rótulo, no caso de Amílcar de Castro, seria redutor. Muito ao contrário, sua obra invade cenários os mais variados sempre, invariavelmente, imprimindo a sua marca, impondo a sua gramática.
Amílcar de Castro é um gênio.
Luiz Dolino, fã"
Luiz Dolino


"Foi Amilcar de Castro grande figura e amigo quem me levou pelas mãos no aprendizado do melhor da arte contemporânea. E generosamente me emprestou seu olhar afinado."
Silvia Cintra


"Uma pequena história com Amilcar, eu e Ivana Almeida o levamos para almoçar na Casa Europa, antigo restaurante que já não existe. Em determinado momento, Amílcar nos falava e gesticulando como era normal, explicava seu processo criativo. Quando percebemos, todas as pessoas no restaurante estavam estáticas ouvindo. Foi muito legal!
Parabéns pela homenagem que nesses dias tem de ser contidas.
Abraço."
Val de Almeida Jr


"Ser artista no Brasil e poder ter uma obra de uma artista tão importante como o Amilcar de Castro é um luxo, um privilegio!"
Paulo Gustavo


"Considero Amilcar um dos maiores expoentes da arte contemporânea. Com sua notável capacidade e intensidade poética e a força das suas superfícies. Ele estudou esculturas com Franz Weissmenn e pintura e desenho com Guignard, e o aprendizado de desenho com lápis duro, sulcando a superfície do papel sem o uso da borracha, sem poder apagar, evidencia essa precisão do risco que foi tão importante para o Amilcar.
Ele mesmo dizia que o desenho é fundamento, é uma maneira de pensar. Esse procedimento influenciou completamente seu método de trabalho.
Atuante desde os anos 1950 nas vertentes construtivas, ele pertenceu ao movimento neoconcreto. E nas suas esculturas iniciais ele usava as chapas de ferro com o emprego da solda e mais tarde começou a adotar o método de corte e dobra e deslocamento das massas em volumes como se fossem folhas de papel. Esse pensamento geométrico sempre antecedeu as suas esculturas. Seja na elaboração do quadrado, circulo, triângulo, mas fundamentada nesse diálogo de corte e dobra.
Amilcar realizou exposições na galeria do meu marido Paulo klabin em 1986, e em 1999 eu fiz um convite para uma exposição individual no Centro de Arte Hélio Oticica, no Rio de Janeiro. Eu era a diretora, e o convidei para ocupar não só as salas expositivas , onde ele desenvolveu as novas obras com uma expessura menor de aço cortem pra respeitar as resistências da laje do prédio histórico. E ocupamos também, uma parte urbana, que era a Praça Tiradentes que ficava ao lado do centro de arte.
Essa presença de uma geometria transitiva nas suas esculturas, trazem sempre uma continuidade de segmnentos desiguais nas obras do Amilcar. Suas esculturas são sempre uma experiência nova de espaço, trazem um assento existencial, uma expessura filosófica.
E como dizia Mario Pedrosa: "As esculturas do Amilcar convidam a meditação”
Muito obrigada!
Parabéns Amilcar !"
Vanda Klabin


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"Amílcar, quanta saudade!!
O conheci quando tinha 16 anos de idade.
Fundamental na minha formação, me deu régua e compasso.
Mostrou como encontrar a medida, o tempo e forma exatos para minha própria linguagem.
Obrigado, meu mestre querido."
Jorge dos Anjos


"Sobre o Amílcar de Castro, além da grande admiração sobre sua obra, existiu uma grande amizade durante todos os anos que trabalhamos juntos. Tinha muito humor e no meio do transporte de suas obras para uma individual na minha galeria veio uma caixa de madeira , e que ele insistiu que abrisse logo, que continha uma goiabada, um queijo de Minas e um prato pintado por ele repetidamente em toda extensão do volume !!!
Temos muitas histórias e muitas saudades."
Raquel Arnaud


"Lembrando Amilcar de Castro:Conheci Amilcar de Castro no final dos anos 80, apresentado, se não me falha a memória, pelo seu filho Rodrigo.
Em 1990 fui seu aluno em um workshop promovido pelo Centro Cultural São Paulo, na época dirigido por Sonia Salzstein. Durante essa semana de aulas e encontros, Amilcar também visitou meu atelier algumas vezes. Aprendi muito com estas duas oportunidades.
Aliado ao talento do grande artista, tinha ele também uma percepção visual aguda , e uma capacidade de colocar em palavras, diga-se desde já, muito exatas e concisas, o que lhe parecia ser mais digno de nota. Além de ser um traço marcante de sua personalidade, talvez seus inúmeros anos como professor tivessem-lhe também facultado mais esta qualidade admirável. Durante essa semana de encontros, saíamos também, juntamente com outras pessoas da turma , para jantar e conversar.
Penso, hoje, que minha admiração por ele acelerou uma amizade; (claro que no que era plausível a esta, dada nossas diferenças de idade e desproporção de tamanho). Encontrava-o sempre que possível. Quando ele vinha a São Paulo, ou nas raras vezes que ia a Belo Horizonte.
Em 1993, realizei uma exposição individual na Itaú Galeria, na capital mineira. Amilcar foi visitar a mostra, e, para minha surpresa, comentou todos os trabalhos com a grande lucidez que lhe era característica. Para um pintor jovem, em início de carreira, essa generosidade do mestre significou estímulo e amparo inestimáveis. Desde então, me pareceu muito nítida a relação de sua fala sintética e precisa, com a forma de seus próprios trabalhos: com o perdão do pleonasmo, ambas possuidoras de uma clareza clarividente, digamos assim.
Em um dos nossos encontros, dei a ele o primeiro livro que havia sido publicado sobre o meu trabalho, editado pela Edusp. Soube que ele fez anotações no livro todo, e, algum tempo depois, em uma conversa, me disse com naturalidade e desassombro: “sua pintura é uma reza sô, e você está dentro da catedral”. Ele , ali, mostrava para mim aspectos meus ainda não de todo revelados e reconhecidos. Para parafraseá-lo, em casa de ferreiro, espeto de pau...
Amilcar também escrevia poesias, e às vezes preferia se comunicar por meio delas. Em outra ocasião me enviou, de presente, um poema seu, (acredito que elaborado depois da visita à minha exposição de Belo Horizonte). De maneira simples e com muita finura acenava ao que lhe pareciam ser qualidades presentes na minha pintura. Guardo-o como uma das principais críticas que já recebi na vida. O poema terminava com mais um relâmpago: “o silêncio é a moradia da cor”. Saudade."
Paulo Pasta


Ao criar a Paulo Darzé Galeria tinha como um dos objetivos trabalhar com a arte moderna e a arte contemporânea. Isto acabou sendo desenvolvido através dos anos com uma atuação expondo os principais nomes da arte no Brasil. Entre eles estava neste propósito Amilcar de Castro, que o conheci ainda no final dos anos 90 para fecharmos uma mostra. Infelizmente esta não aconteceu com a presença dele. Depois de sua morte realizamos duas exposições em nossa sede aqui na Bahia e uma na SPArte, e continuamos trabalhando e exibindo e comercializando até hoje sua obra.
Falar de Amilcar de Castro em seu centenário é falar de um dos artistas mais importantes na história da arte e de um trabalho que ao ser concebido nos traz o rigor e a simplicidade através de técnicas, formas e linguagens, em diferentes materiais, seja na obra gráfica ou na escultórica, e nos ensina no seu todo e em toda sua criação a afirmação da liberdade, algo imprescindível não só para a arte, mas para vida. Uma lição do existir. Como diz seu filho Rodrigo, artista também de nossa galeria, “quanto mais o tempo passa maior a grandeza que se desvela de sua obra”.
Paulo Darzé


"A superfície está em branco. Eu também. Se com um gesto eu a toco, sou tocado. Aí é quando tem início o gesto e eu sou a única testemunha que jamais poderá mentir."
"100 anos de Amilcar de Castro. Ficou para todos nós o desenho rigoroso, calculado, pensado, ou o desenho improvisado na hora, no papel, nas telas ou no ferro de suas esculturas.
Foram vários os períodos da sua criação ao trabalhar com os mais diversos materiais, o corte e a dobra na matéria, corte e dobra para um objeto tridimensional conversando com o espaço, o fazer rigoroso da forma, o equilíbrio da composição, o despojamento do ritmo e da expressividade que imprime sobre a superfície da tela ou do papel ou do ferro, coerência, inteireza e clareza, e aí tanto faz seja ela bi ou tridimensional, em grandes ou pequenos formatos, o que temos é a linguagem pessoal de quem criou uma obra singular e poética. Estas palavras, para finalizar, não podem perder de vista o que certa vez ele disse: "Tenho horror de definição. Você fecha. Você trava. O critério é a sensibilidade. Não adianta teoria, definições, informações. O fundamental é a sua sensibilidade. O resto é conversa fiada"."
Claudius Portugal


"O conheci há 30 anos atrás. Ele foi na minha galeria e eu produzia vídeos e até fizemos um projeto juntos. Fui até na casa dele...(lembro que ele tinha uma cortina branca na sala.....) . Mas o projeto não foi pra frente devido ao governo Collor. Ele fez comigo uma gravura de uma de suas telas.
Mas se tem uma coisa que é curiosa, eu fiz um filme do Paulo Pasta e ele fala de Amilcar com o maior carinho, muito interessante. E quando acabou o vídeo falou muito sobre Amilcar e sempre que está comigo fala de Amilcar. Fiz um vídeo do Manfredo , Ricardo Homen, ele fala da importância do Amilcar, que era como um paizão. Tanto como amigo e como um orientador do trabalho de todos. E sempre em conversas com artistas vem sempre o nome do Amilcar. Falam muito da importância dele, não só pelo grande artista que ele foi, mas como a pessoa Amilcar. É unânime.... tanto para colecionadores, marchands e artistas."
Pedro Paulo Mendes


"Amilcar de Castro ocupa um lugar especial na arte contemporânea brasileira e mundial. Com um vocabulário forte e potente, sua obra foi construída sobre ofícios, técnicas, formas e linguagens os quais dominava com maestria.
Suas esculturas em aço e sua pintura gestual que, ao mesmo tempo, eram calculadas e extremamente sensíveis, criam um deslocamento que nos leva a perceber novas relações com o espaço e com as superfícies.
Para nós, do Instituto de Arte Contemporânea, é um enorme orgulho mantermos uma parceria com o Instituto Amilcar de Castro. É uma responsabilidade que assumimos com alegria junto ao privilégio de podermos estar próximos, no nosso dia-a-dia, de um artista contemporâneo de primeira grandeza e cuja obra se renova e nos renova a cada olhar."
Marilúcia Bottallo


"Amílcar de Castro era um ídolo pra mim desde sempre e seu centenário deve ser comemorado até o fim dos tempos. Privilégio e honra possuir uma obra pequena ( em tamanho ) do artista gigante !"
Hubert Aranha


"A poética de Amilcar de Castro combina obsessão e liberdade. O gesto simples do corte e da dobra, o domínio do aço corten, a afirmação da gravidade, o lançar-se no espaço, a habitação dos lugares. Ao longo de cinco décadas sua obra escultórica nos ensinou a perceber na repetição, a diferença, e no peso, a leveza. Não poderia deixar de lado o trabalho gráfico, sendo um dos responsáveis pela reforma na diagramação do Jornal do Brasil em meados da década de 1950, que mudou radicalmente a cara dos nossos jornais, desintoxicando-os visualmente. A mesma simplicidade e o mesmo rigor transitam do escultórico para o gráfico: uma mesma mão, um mesmo olhar e uma mesma inteligência formal.
Amilcar está para a arte brasileira como Didi está para o futebol brasileiro – um geômetra das formas improváveis."
Luiz Camillo Osorio


Los Angeles

"Que saudades do Amilcar!
Foi por intermédio dele que me introduzi à arte contemporânea e à crítica de arte. Generoso, gentil e carinhoso, era um amigo."
Glória Ferreira


"Poucos artistas brasileiros tiveram uma trajetória tão coerente e consistente quanto Amílcar de Castro.
Ele ocupa o topo da mais autêntica e criativa produção da arte brasileira.
O conjunto da obra do genial Amílcar de Castro engrandece a arte moderna e contemporânea do Brasil”.
Rogerio Dantas


"Amilcar,simplesmente apresentou a maior,mais original e mais impactante exposição de esculturas monumentais já apresentadas no Rio, numa montagem cênica heterodoxa altamente catalisadora para todos os privilegiados que lá foram reverenciá-lo nos belíssimos espaços dos Armazéns das Docas, em 2000. A doçura pessoal de Amilcar era contagiante, nunca impondo nada sempre propondo tudo,todos somos adeptos de sua peculiar delicadeza, em contra-ponto às presenças sacrais de suas divindades pessoais,que são suas monumentais lâminas de aço cortén. Ensaiávamos apresentar essas divindades sobre os jardins de Burle Marx de 1955 em Teresópolis, numa simbiose de matéria sólida com orgânica, ferro com terra,escultura com paisagismo.
Nas visitas à seu atelier em Nova Lima,durante horas desprendia-se da realidade imediatista cotidiana para um mergulho minucioso em seus conceitos poéticos, e sua generosa dedicação pessoal. Estar com Amilcar era exorcizar o imediatismo e transceder o momento."
Ralph Camargo


"É um grande privilégio podermos apreciar as obras do mestre Amilcar de Castro, que com toda sua simplicidade de formas nos transmite leveza em seus trabalhos de toneladas. Gostaria muito de termos nos encontrado para podermos prosear sobre as transformações da arte e a importante influência que suas obras criaram nas novas gerações de artistas.
Agradeço por ter nos deixado esse legado, por ter nos dado tantos aprendizados com seus corte, dobras e pinturas.
Amilcar, aqui deixo registrado minha mais sincera admiração e reconhecimento por um artista e seu trabalho grandioso, usando de suas palavras: “Gosto de uma escultura que não deixa restos, não deixa pedaço algum sem solução perfeita”.."
Mayer Mizrahi


"O trabalho desse extraordinário artista será sempre lembrado com muito carinho."
Fátima Villarin


“É uma felicidade até hoje sentir um enorme prazer em estudar, ver, conviver e trabalhar a obra deste grande artista que “É” Amilcar de Castro.
Agradeço ao Instituto Amilcar de Castro pelo e-mail convite para participar desta homenagem ao seu centenário.
Foi um grande privilégio conhecê-lo e muito obrigada por toda a sua belíssima obra, Amilcar de Castro!
Sempre e cada vez mais sua admiradora, VIVA!”
Eliane Senna


"No Centenário de Amilcar de Castro, gostaria de reproduzir uma das frases geniais deste grande homem, artista e poeta:
"O que caracteriza um artista é ele olhar para dentro de si mesmo.
Toda experiência em arte é um experimentar-se, é a experiência de si mesmo, é uma pesquisa em você mesmo.
Você não pode fazer experiências com os outros. Este silêncio do olhar para dentro a procura da origem das coisas é que é o grande problema da arte.
Procurando a origem você fica original, e não, querendo fazer uma coisa diferente.
É por isso que eu acho que criar esta junto com viver, que arte e vida são a mesma coisa."

Aqui vai a minha homenagem."
Marilia Razuk


"No dia do centenário de Amilcar de Castro, o MuBE presta sua homenagem a um dos mais importantes artistas brasileiros, que terá uma grande exposição comemorativa da data no Museu, com abertura prevista para o final de 2020.
O trabalho de Amilcar de Castro contribuiu para novas reflexões e influenciou gerações seguintes. A partir de seus cortes e dobras em grossas chapas de ferro, sem solda, o plano ganha o espaço e a escultura brasileira um novo campo de experimentações."
MuBE


"No seu centenário de nascimento, nossa homenagem a Amilcar de Castro, um gigante da arte brasileira. Indiscutivelmente deixou-nos um valiosíssimo legado de relevantes transformações na história da arte brasileira. Revolucionou o ultrapassado design gráfico dos jornais brasileiros nos anos 1950 e foi um dos 7 artistas brasileiros a assinar o “Manifesto Neoconcreto”. Integrante de importantes exposições, ganhou vários prêmios, inclusive internacionais.
Amilcar de Castro é um exemplo de coerência e dedicação à arte brasileira."
Errol Flynn Galeria de Arte


"Viva Amílcar de Castro!!!
Um orgulho da Primner, estar entre as 10 melhores Galerias de Arte de Portugal, representando Amílcar de Castro!!!
Viva!!!
Abraços"
Andréa Guerra


"Nossa, não tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente mas se tivesse iria agradecê-lo pela contribuição dele na nossa alma, na nossa sensibilidade, no nosso olhar, na nossa cultura.
Ele foi grande e maravilhoso artista!"
Denise Andrade


"Lembrando Amilcar
Meu encontro e convívio com Amilcar de Castro fogem do padrão habitual que se espera entre dois artistas. Não foi o cenário do circuito de arte que nos aproximou, mas as relações familiares. Quando, em 1959, sua irmã, Indiana, casou-se com meu irmão, Simão, eu tinha 13 anos. Se contarmos o tempo de namoro e noivado dos dois, tinha 11 anos quando conheci Amilcar. Nessa época ele morava no Rio e, quando vinha a Belo Horizonte, anunciava sua visita à nossa casa para comer o quibe da minha mãe e ver meus desenhos. Não me lembro dos comentários que fazia, mas o estímulo de seu olhar já estava dado. Em 1968, quando passei a cursar a Escola de Belas-Artes da UFMG e a encarar a vida profissional de artista, Amilcar embarcava para os Estados Unidos, com a bolsa Guggenheim, onde permaneceria até 1972. Durante esse período, trocamos cartas recheadas de notícias familiares e, claro, artísticas. Nelas, Amilcar comentava sobre os meus novos rumos e se aprofundava em considerações sobre o desenho, a linha, a criação plástica em geral.
Em Belo Horizonte, além do tradicional almoço semanal em casa de nossos irmãos, nos encontrávamos em reuniões familiares e em bares, sempre em torno de muita conversa, risos e cerveja gelada. Eram momentos em que costumavam vir à mesa, com o humor e o talento memorialista de seu irmão Toninho, casos engraçados tendo Amilcar como personagem principal. Um deles era a pergunta que o artista, pequeno, fez à avó Camila, depois de ouvir uma preleção religiosa: “Anjo da Guarda de doido é doido?” Numa outra ocasião, a avó tinha no colo um dos bebês da casa que, em pleno berreiro, perdeu o fôlego. Ela se assustou. Amilcar passava por perto e, depois de ter ouvido falar que um pouco de água na testa da criança ajudava a fazê-la voltar ao normal, destampou um filtro de barro e desabou a cascata sobre a criança e a avó.
A volta de Amilcar para a cidade coincidiu com minha partida para a França, onde ficaria de maneira um pouco intercalada, por quase uma década.
Fui reencontrá-lo no ambiente acadêmico da Escola de Belas-Artes, onde éramos professores. Assumi algumas disciplinas de Desenho e via Amilcar ensinar Composição. Em 1982, um grupo de artistas-docentes, especialmente interessado em renovar a pedagogia artística, conseguiu formular e implantar na Escola um sistema de ateliês livres para alunos em final de curso. Desde o início, interessei-me em dirigir o Ateliê de Desenho. Com o tempo, esses espaços de criação foram se afirmando, chegando a dar excelentes frutos e com grande repercussão nos meios acadêmicos e artísticos, tratando do desafio na formação do artista. Um dia, vejo Amilcar entrar na sala e dizer: “Me mandaram pra cá”. Foi um presente que todos ganhamos e desfrutamos ao longo de dois anos. Entre as atividades inovadoras dos Ateliês estava o sistema de avaliação, que acontecia a cada dois meses. Para essas reuniões convidávamos críticos de arte, galeristas, artistas de fora. A ideia era estimular o jovem criador num contato extramuros e promover, para o circuito artístico, uma experiência de conhecer a produção na boca do forno. O trabalho começava com cada participante mostrando seu processo, revelando suas dúvidas, reconhecendo seus avanços. A partir daí, cada um dos convidados emitia sua opinião. A seguir, alguns colegas acrescentavam suas observações. Enquanto todos teciam grandes teorias para chegar ao ponto crítico do trabalho apresentado, Amilcar era surpreendentemente sucinto. Costumava usar, até mesmo, gestos enfáticos e secos, os quais se faziam acompanhar de adjetivos simples e sons onomatopéicos. Algo como: “Huuuum, aqui tá...éééé...foooorte! Já essa cor...ôôôô, é menos...êh...bom!” E fechava os punhos, torcendo-os, como um maestro no final de uma peça apoteótica.
Amilcar ensinava também na Escola Guignard e na Fundação de Arte de Ouro Preto. Com o recuo do tempo, a sua presença entre os jovens artistas foi e continua sendo marcante, para não dizer decisiva. Mas esta influência não passa, curiosamente, por seus discursos analíticos, racionais, mas pela ausência deles. Uma mensagem subliminar de se praticar a concisão. É como deixar em aberto o caminho para que cada um resolva seu dilema estético com a prática e o tempo. Não seria impróprio comparar esses espaços pedagógicos do não dito com o ar que o artista deixa passar entre os planos de ferro de suas esculturas. E, também, não é por acaso que sua expressão verbal preferida é a poesia, onde sintetiza o que poderia ser longas horas de discurso.
Enfim, Amilcar é um homem que nasceu para materializar a essência. Por fim, não dá para omitir duas forças características de Amilcar: a qualidade intrínseca de seu trabalho e a generosidade de seu coração. No primeiro caso, parece consequência natural que sua obra desperte empatia e adesão. Sobre isso muito se falou e muito se falará. Quanto ao caráter solidário e desprendido, termino este texto com um exemplo que o próprio Amilcar oferece. No dia em que partiu do Ateliê de Desenho para não voltar mais, aposentando-se, recebi em casa um envelope que continha o que se segue
(sic):
"Viva os 10 anos
do Atelier de José Alberto Nemer
na Escola de Belas Artes da U.F.M.G.

Romper a crosta de preconceitos,
livresco ou não,
e trazer à tona o espontâneo,
é caminho e dever da Escola,
principalmente,
da que se chama de Belas Artes.
Fora não há
Dentro mora a poesia,
e a grandeza de ver
Sejamos poetas e mágicos
Façamos existir
o que ainda não existe
Sejamos originais
na busca da própria origem.
Participemos do diálogo universal
sem medo do escuro
grilhões ou vigilâncias
Confiemos na vida
aventura maior
e que não se repete."
Amilcar de Castro
19.01.91
"
José Alberto Nemer


"Amilcar de Castro é uma referência para mim, como artista e como professor.
Fui seu aluno apenas um semestre na EBA, mas meu aprendizado com ele se deu mais quando me tornei professor. Fiz com ele várias entrevistas para minha tese de doutorado. Foram longas conversas no seu atelier na Rua Goiás e no outro, ainda em construção em Nova Lima. Vi como o sentido de precisão que ele defendia era pleno de liberdade. Com ele aprendi a gostar mais de ver e fazer arte. Sempre lhe sou agradecido.
Certa vez ouvi de Baravelli esta frase que eu gosto muito: eu gostaria de fazer um desenho que Rubens admirasse. Na ocasião eu disse a seguinte: eu gostaria de fazer um desenho que Amilcar admirasse."
Fernando Augusto


Los Angeles

Poema neoconcreto do poeta Guilherme Mansur